“Abá” significa “pessoa” em tupinambá. Era assim que os tupinambás se referiam a qualquer um antes de sua língua ser extinta, antes deste povo não poder mais cantar como provavelmente já cantou um dia. Cantar com os pés no chão que o pertencia, não por ser próprio, mas por receber a pisada e permear a raiz cultivada, a raiz cultuada. Cantar e ao terminar a cantoria fazer jus ao canto entoado: lidar com a vida, vivenciar a lida, domesticar o tempo e acreditar no que faz sentido acreditar.
terça-feira, 27 de maio de 2014
05 - Lua Amarela (Fábio Carvalho)
Ô, lua amarela, vai, diz a ela
Engrandece o teu luar
Ô, lua cheia, conta, clareia
O que tenho a declarar
Meu violão, mesmo cansado
Mesmo entocado estende a mão
Hoje mesmo
Estendeu a mão a mim
Como quem não vem à toa
Compor a sorte assim
Cadenciando a inspiração
Ah, o meu verso mesmo contido
Mesmo sentido, poetiza
Hoje mesmo
Chegou poetizando a rima
Como a flor ao se por à vista
Tatuada na retina
Ilustrando qual visão
Voz: Ana Reis
Violão, cavaquinho e ganzá: João Ferreira
Violão 7 cordas: Lucas de Campos
Tamborim, pandeiro, tantã e surdo: Guto Martins
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